quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Os 4 princípios para executar sua estratégia em 2015. Com excelência. No meio do redemoinho.

Por Bill Moraes

Tim Harford, autor de
The Undercover Economist, comentou: “Mostre-me um sistema complexo bem-sucedido e lhe mostrarei um sistema que evoluiu por meio de tentativa e erro.” No caso das 4 Disciplinas da Execução, livro do qual sou coautor aqui no Brasil pela editora Campus/Elsevier, ele está absolutamente correto. Este sistema se beneficiou de ideias bem pesquisadas, mas evoluiu por meio de tentativas e erros. Na nossa pesquisa inicial com a Harris Interactive, fizemos uma enquete internacional com aproximadamente 1.300 pessoas em 17 diferentes setores do mercado, e completamos avaliações internas com 500 empresas diferentes. Ao longo dos anos, aumentamos essa base, fazendo um levantamento com quase 300 mil líderes e membros de equipes. A pesquisa foi valiosa como fundamento para os princípios e como guia para as nossas primeiras conclusões, mas os insights reais não resultaram da pesquisa. Eles se originaram do trabalho com pessoas como você em mais de 1.500 implementações que a FranklinCovey completou no mundo todo. Foi este esforço que nos capacitou para o desenvolvimento dos princípios e métodos que sabemos que funcionarão, independentemente do setor ou do país no qual sejam implementados no meio do imenso redemoinho para manter as portas abertas de qualquer organização.

Disciplina 1: Foque no crucialmente importante requer que você vá contra os seus vínculos básicos de líder e focalize menos de modo que sua equipe consiga alcançar mais. Quando você implementa a Disciplina 1, começa selecionando uma (ou no máximo duas) metas crucialmente importantes, em vez de tentar melhorar significativamente tudo de uma só vez. A isto denominamos meta crucialmente importante (MCI) para deixarmos claro para a equipe de que esta é a meta de maior importância. O fracasso na conquista dessa meta tornará qualquer outra realização secundária, ou possivelmente até mesmo irrelevante.

Se no momento você estiver tentando executar 5, 10 ou até mesmo 20 metas importantes, na verdade sua equipe não conseguirá ter foco. Essa falta de foco aumentará a intensidade do redemoinho, dispersará os esforços e tornará o sucesso quase impossível. Isto se torna particularmente problemático quando há muitas metas nos níveis altos da organização, todas eventualmente se desdobrando em dezenas e por fim em centenas de metas à medida que se difundem pelos níveis mais baixos criando uma rede de complexidade.

Disciplina 2: Atue nas medidas de direção é a disciplina das alavancas. Ela se baseia no simples princípio de que as ações não são todas produzidas da mesma forma. Algumas têm mais impacto do que outras quando direcionadas a uma meta, e são estas que você deseja identificar e utilizar se quiser alcançar a sua meta.

Agir com base nas medidas de direção é um dos segredos pouco conhecidos da execução. A maioria dos lideres, até mesmo alguns dos mais experientes, se concentra tanto nas metas que a disciplina de foco e atuação nas medidas de direção parece ser contraintuitiva. Não entenda mal. As metas são, no final das contas, a sua realização mais importante. Todavia, as medidas de direção, que fazem jus ao próprio nome, é que lhe permitirão atingir as medidas históricas. Uma vez identificadas as suas medidas de direção, elas se tornarão as alavancas para o alcance de sua meta.

A Disciplina 3 é a disciplina do engajamento. Em princípio, o nível mais alto de desempenho sempre se origina nas pessoas que estão emocionalmente engajadas, e o nível mais alto de engajamento decorre do conhecimento do placar, isto é, se as pessoas sabem quando estão ganhando ou perdendo. É simples assim. Jogar boliche com os olhos vendados pode ser engraçado no começo, mas se não puder ver os pinos tombarem, logo se tornará maçante, até mesmo se você gostar muito desse tipo de diversão.

O tipo de placar que levará aos níveis mais altos de engajamento da sua equipe será aquele projetado unicamente para os (e geralmente pelos) jogadores. Este placar dos jogadores é bastante diferente do complexo placar de um técnico que os líderes adoram criar. Deve ser simples, tão simples que os membros da equipe possam determinar instantaneamente se estão vencendo ou perdendo. Por que isto é importante? Se o placar não for claro, o jogo que você deseja que as pessoas joguem será abandonado no redemoinho de outras atividades, e se a sua equipe não souber se está ou não vencendo o jogo, provavelmente estará a caminho do fracasso.

Disciplina 4: Crie uma cadência de responsabilidade é quando a execução realmente acontece. As primeiras três disciplinas montaram o jogo, mas até que você aplique a Disciplina 4, a sua equipe não estará jogando a partida. Ela se baseia no princípio da responsabilização: a menos que responsabilizemo-nos consistente e mutuamente, a meta naturalmente se desintegrará no redemoinho.

A cadência de responsabilidade é um ritmo de reuniões regulares e frequentes de toda equipe que possua uma meta crucialmente importante. Essas reuniões acontecem pelo menos uma vez por semana e idealmente não duram mais do que 20 a 30 minutos. Nesse curto tempo, os membros da equipe se responsabilizam mutuamente pela produção de resultados apesar do redemoinho.

Muito cá entre nós, saber a meta, saber como alcançar a meta, manter um placar da equipe e realizar uma reunião de prestação de contas semanal de 15-20 minutos. É algo novo? Pois é, parecem fáceis até demais. Mas podemos afirmar que aplicar estas 4 Disciplinas no meio do redemoinho diário para manter as portas abertas é extremamente difícil. E podemos afirmar que, quando o líder e a equipe aplicam as 4 Disciplinas sistematicamente a cada semana, acontece o que empresas como Hotéis Marriott e Faber-Castell vivencial ano após ano: alcance de uma meta que requer mudar comportamento de toda a organização com excelência no meio do redemoinho. Por isso elas não são chamadas de 4 boas ideias de execução, ou 4 técnicas de execução. São As 4 Disciplinas, pois demandam sermos discípulos das escolhas que fazemos, como líder e como equipe, a cada semana. Isso dói. E gera resultados. Com engajamento e consistência.

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