Por João Palmeira
Quando um líder conquista a confiança de seus liderados, o que ele pede
soa como uma ordem, o que ele diz soa como regra. – João Palmeira
Durante os últimos 10 anos, eu tenho
discutido em diferentes classes e com diferentes pessoas o poder da palavra.
Algumas pessoas acreditam
piamente, no poder da palavra, portanto, cuidam de falar sempre algo bom, mesmo
quando a situação não é boa.
Michael Abrashoff, no livro “Este Barco Também é Seu”, conta que em 1996
quando havia riscos da China lançar mísseis sobre Taiwan, 02 grupos de batalha de
porta-aviões foram enviados à região. Naquele momento, o secretário William
Perry, foi questionado sobre a ação e respondeu: “Temos a melhor Marinha de
guerra do mundo”.
Abrashoff, refletindo sobre essas palavras, decidiu que o barco que
comandava o USS Benfold, se tornaria o melhor da frota. Passou a orientar aos
seus comandados, que dali em diante recebessem os visitantes à bordo sorrindo e
lhes dissessem:
- Bem vindo ao melhor navio de guerra da Marinha!
Quando ficavam ao lado de outro navio, ligavam o sistema de
alto-falantes e transmitiam uma saudação do melhor navio de guerra da Marinha.
Ele via esta saudação como algo sentimental, mesmo que não fosse naquele
momento o melhor, certamente estava caminhando nessa direção. Tinham também um
ditado no navio:
“O sol sempre brilha no Benfold”. As pessoas começaram a acreditar
nisso.
Ao receber o comando do navio, o USS Benfold era considerado o pior
navio da frota em prontidão para combate. A rotatividade era alta, o ambiente
ruim e o ciclo de preparo para guerra, era demorado.
Em 18 meses de comando, o USS, Benfold saiu da condição de patinho feio,
para ser reconhecido como o melhor navio da frota, sendo agraciado com o Troféu
Spokane.
A liderança exige uma comunicação sem ruídos. Devemos comunicar com
clareza nossa intenção e nossos objetivos, de forma que qualquer um em nossa
equipe possa ser interpelado, e esteja pronto para responder com prontidão e
clareza para onde estamos indo, o que é esperado dele e quais são as metas e
objetivos da organização. O processo de comunicação é uma habilidade, podemos
desenvolvê-la com a prática. O escritor e amigo, Reinaldo Passadori
em seu livro: Comunicação Essencial, sugere algumas premissas fundamentais
relacionadas a comunicação verbal, são elas:
·
Não somos valorizados pelo que sabemos, mas pelo que fazemos com o que
sabemos.
·
Ninguém nasceu sabendo falar, muito menos fazendo discursos maravilhosos
ou palestras e aulas extraordinárias. Isso se aprende.
· Destaca-se em um grupo não necessariamente quem sabe mais, mas aquele
que se comunica melhor.
·
Nosso sistema educacional não previlegia o desenvolvimento da habilidade
da comunicação verbal nem simples leituras teatralizadas, muito menos técnicas
mais sofisticadas, tais como exercícios de empatia, retórica ou eloquencia.
· Todas as pessoas podem aprender técnicas e desenvolver habilidades de
comunicação verbal sem, necessariamente, ter um dom especial para isso.
·
A efetiva comunicação pressupõe um ato de consideração para com o outro.
·
Do mesmo modo que filtramos e interpretamos tudo o que nos chega por
meio dos sentidos, também as outras pessoas fazem isso. A
consciência desse mechanism aumenta a responsabilidade de quem deseja, de fato,
comunicar-se.
· No mundo dos negócios e das organizações, procuram-se profissionais cada
vez mais completos e capazes. Uma das principais competências
exigidas é a de se comunicar bem com outras pessoas.
· Dois apectos são fundamentais no processo de comunicação: o primeito é o
que falar e o segundo é como falar. De nada adianta possuir um rico
conteúdo, mas expressá-lo de forma inadequada. O contrário também é verdadeiro.
Na última década tenho discutido com alunos, participantes de cursos e
amigos, os desafios da comunicação. Não é dada a devida importância
a essa habilidade, mas ao mesmo tempo as interações exigem cada vez maior
expertise neste processo.
As escolas nos ensinam a ler e a escrever, no entanto,
deveriam nos ensinar a falar e a escutar com o mesmo empenho.
A comunicação no seu ambiente de trabalho tem sido clara e assertiva?
Você se certifica de que as pessoas entenderam, quando você procura transmitir
uma mensagem? De que maneira você acredita que é visto por seus liderados? Você
é um líder, ou está sendo apenas um outro chefe? Você acredita no
que diz? Você vive o que prega?
Boa reflexão!