Muitos profissionais acreditam que suas
carreiras estão truncadas porque não são reconhecidos, não tem sorte e porque
não surgem oportunidades para eles.
É comum aos brasileiros falar de suas insatisfações com relação aos políticos, reclamar da violência ou da sujeira das grandes metrópoles. No mundo corporativo o clima não é diferente. Muitos profissionais acreditam que suas carreiras estão truncadas porque não são reconhecidos, não tem sorte e porque não surgem oportunidades para eles. A célebre frase de Gandhi “Devemos nos tornar a mudança que queremos para o mundo” parece utópica e impossível de se tornar real, mas se formos como “trim tabs” qualquer transformação será possível de acontecer.
No barco ou em um avião, o
“trim tab” é um pequeno dispositivo que movimenta o timão e altera o rumo a ser
seguido. Trazendo a experiência para nossa realidade pergunto: Em que situações
somos capazes de mudar a condução do que não concordamos? Só se estivermos em
posição de liderança seja política ou corporativa? A resposta é não e, a linha
de raciocínio é simples. Se não gosto do caráter dos políticos que estão no
poder, é necessário fazer as seguintes perguntas: Eu entendo o poder do meu
voto? Eu sei em quem votei nas últimas eleições? O que eles tem feito pelo
povo? Como posso refletir minha insatisfação com os candidatos que escolhi, na
próxima eleição?
Se o voto consciente pode
transformar o Brasil, no mundo dos negócios pequenas mudanças também alteram o
todo. “Acredito que há numerosos trim tabs potenciais em qualquer organização –
empresas, governos, escolas, famílias, organizações sem fins lucrativos e
comunidade – que podem mudar e espalhar sua influência, qualquer que seja a
posição que ocupem. Eles se movimentam e levam suas equipes ou departamentos a
agirem, de modo a afetar positivamente toda a organização”, esta afirmação de
Stephen Covey, um dos maiores pensadores da era do conhecimento, em seu livro O
Oitavo Hábito – da Eficácia à grandeza, é totalmente procedente.
Tomar a iniciativa é uma forma de conferir poder a nós mesmos. É envolver-se
autenticamente no processo de descobrir caminhos. Exige visão e o envolvimento
do coração no que fazemos com base em princípios. Assim, podemos subir a escada
da confiabilidade, melhorando continuamente o nosso caráter e as nossas
competências.
É preciso julgamento e
sabedoria para reconhecer que nível de iniciativa exercer. O “por quê?” em
geral tem a ver com a inteligência espiritual, já que estamos pensando de modo
analítico, estratégico e conceitual. O “quando” e o “como” estão mais ligados à
inteligência emocional, visto que estamos lendo o ambiente, atentando às normas
culturais e políticas que operam e apreciando nossas próprias forças e fraquezas.
Se usarmos com sabedoria os níveis de Iniciativa, verificaremos que nosso
círculo de influência se amplia cada vez mais, até abranger todas as nossas
funções dentro do cargo.
O segredo é ter a busca da
excelência como meta e sempre fazer a pergunta-chave: Qual
a melhor coisa que posso fazer nestas circunstâncias? Certamente reclamar, criticar ou
transferir a culpa para terceiros, não são as respostas ideais para quem busca
mudanças.
Independente do nível que
decidimos agir, o importante é lembrar que o futuro não pode se tornar refém de
um passado, fazendo a pessoa cair na armadilha da co-dependência que dissemina
o que chamamos de cânceres emocionais metastáticos: crítica, reclamação,
comparação, concorrência e briga. Esses cânceres emocionais vão espalhando suas
células malignas nos relacionamentos e às vezes em toda a cultura. Então a
organização fica polarizada, dividida, e com baixos resultados.
Se tivermos um espírito de
“trim tab”, qualquer que seja a questão, problema ou preocupação com que nos
depararmos sempre nos fortaleceremos tomando algum tipo de iniciativa. Ao
usarmos a filosofia grega da influência chamada Etos (natureza ética), Patos
(estado de espírito) e Logos (inteligência), veremos o aumento gradativo de
nossa influência. A sequência é da maior importância. Passar ao logos antes que
as pessoas sintam que são entendidas é inútil; tentar criar entendimento quando
nosso caráter não tem credibilidade também é inútil. A liderança é uma questão
de escolha.
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